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Macarrão instantâneo com embalagem comestível

Parece até ficção. Mas se trata da mais pura realidade. Já existe uma forma de comer alimentos, com embalagem e tudo. Neste caso, o popular macarrão instantâneo com embalagem comestível.

No mundo atual, em que o popular miojo ou Nissin parece até ser comercializado com mais plástico do que massa propriamente dita, eis que surge esta proposta ecologicamente consciente para substituir o pacotinho descartável.


Macarrão instantâneo com embalagem comestível
A dona da ideia

A responsável pelo desenvolvimento da embalagem que vira molho se chama Holly Grounds. Estudante de design de produto na Ravensbourne University London, ela partiu de uma dura verdade:

O macarrão instantâneo pode ser cozido e consumido em menos de 10 minutos, mas a embalagem pode levar até 8 décadas para se decompor

E assim, percebendo as consequências ambientais duradouras de uma refeição tão rápida e fácil de preparar, ela se desafiou a criar uma embalagem de macarrão instantâneo comestível, solúvel em água.


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Macarrão instantâneo com embalagem comestível
E como isso é possível?

Foi na base de tentativa e erro que Grounds chegou à embalagem comestível. A estudante eliminou dois problemas com uma tacada só: a embalagem de plástico do miojo e o sachê com o tempero.

Para isso, incorporou os condimentos secos a uma embalagem de biofilme produzido com amido de batata. A mistura foi, então, despejada em um molde, por 24 horas, para solidificar.

Em seguida, ela embrulhou o macarrão instantâneo (em formato de donut) e levou para aquecer, uniformemente, no fogão. Ou seja, a embalagem é termosselável.

Por questões óbvias de higiene, o macarrão instantâneo embalado no próprio molho é envolto em papel.

Olha só que bacana:


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Macarrão instantâneo com embalagem comestível
E na hora de preparar?

Embora o biofilme seja espesso o suficiente para evitar que o macarrão instantâneo se deteriore, ele se derrete após apenas um minuto em contato com água fervente.

E, enfim, faz-se a mágica: a embalagem se transforma no molho do lámen. Detalhe: sem alterar o sabor ou a consistência do macarrão instantâneo.

A invenção de Grounds não é apenas mais ecológica do que o plástico. A embalagem que vira molho também reduz o tempo de preparo do miojo. Porque elimina a necessidade de abrir as diferentes abas de plástico das embalagens tradicionais.

A embalagem de macarrão instantâneo comestível foi apresentada como uma das 5 finalistas no Festival de Design Virtual do site Dezeen, com o tema economia circular. Holly Grounds espera, enfim, poder usar a atenção da mídia para ajudar a implementar a embalagem de biofilme também em outros alimentos desidratados.

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Jornalista e consultora nas áreas de gastronomia e viagem, não recusa uma taça de um bom Syrah. Editora de Estilo da revista ISTOÉ Dinheiro, foi diretora de redação da revista WINE, crítica de restaurantes da revista Playboy, repórter e apresentadora na Rede Globo São Paulo e TV Cultura.
Luciana Lancellotti

Jornalista e consultora nas áreas de gastronomia e viagem, não recusa uma taça de um bom Syrah. Editora de Estilo da revista ISTOÉ Dinheiro, foi diretora de redação da revista WINE, crítica de restaurantes da revista Playboy, repórter e apresentadora na Rede Globo São Paulo e TV Cultura.

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