Nos últimos anos, vem sendo recorrente a dúvida sobre a diferença entre Master of Wine e Master Sommelier. E uma certa confusão é natural, já que, em princípio, ambos os programas se assemelham, principalmente pelo rigor nos exames que aplicam. E para o profissional aprovado, tanto o título de Master of Wine quanto o de Master Sommelier têm reconhecimento global pela excelência na atuação na indústria do vinho.
Porém, apesar da atuação internacional, os programas têm sedes em países distintos e focam em habilidades diferentes dentro do segmento.
Vamos, então, a essas diferenças.
Receber o diploma de Master Sommelier. Eis a mais alta distinção que um profissional pode alcançar no segmento de vinhos finos e serviço de bebidas.
Os testes são focados nas áreas necessárias para a gestão superior do departamento de bebidas. E incluem:
Concedida pela Court of Master Sommeliers, certificação também abrange destilados e cervejas, além do conhecimento global sobre vinhos. Os holofotes sobre o título de Master Sommelier aumentaram principalmente por conta da série de documentários SOMM (2013, 2015 e 2018), exibida com enorme sucesso pela Netflix e hoje disponvível na SOMM TV.
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Desde 1969, ano em que o primeiro exame foi aplicado, apenas 269 profissionais em todo o planeta conseguiram receber a certificação de Master Sommelier.
A Court of Master Sommeliers é uma organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos e sucursal na Inglaterra. Ao, todo, são oferecidas 4 certificações:
Ao ser aprovado neste último exame, o profissional ganha o título de Master Sommelier. Além de se tornar membro da Court of Master Sommeliers, passa a usar, então, as iniciais MS após o sobrenome.
Em síntese, a certificação de Master Sommelier é uma garantia, a potenciais empregadores, de que o profissional está no topo, entre os mais qualificados do mundo na indústria do vinho. Suas excelentes habilidades vão da degustação e avaliação de vinhos a serviços e gerenciamento de departamentos de bebidas.
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Já o programa Master of Wine é projetado para medir o conhecimento sobre o universo do vinho de forma mais acadêmica do que o Master Sommelier. O programa Master of Wine abrange o trabalho de profissionais como comerciantes, escritores, jornalistas, enólogos e representantes de outros setores do comércio.
Portanto, não se trata de um curso focado na gestão e no serviço do departamento de bebidas. O currículo de um Master of Wine também não inclui destilados e cervejas, como acontece com o programa Master Sommelier.
Ou seja, a abordagem do programa Master of Wine é mais teórica, enquanto na Court of Master Sommeliers exige prática
A certificação é concedida pelo Institute of Masters of Wine, com sede em Londres. Esse instituto entrou em atividade em 1953, como um exame para o comércio de vinhos do Reino Unido. Hoje, o título de Master of Wine é reconhecido globalmente e reúne 409 MWs localizados em 30 países.
O exame MW é dividido em três partes:
Portanto, os Masters of Wine são qualificados com uma vasta gama de conhecimentos práticos e teóricos. Isso permite a eles trabalhar em todas as disciplinas da indústria do vinho. Desde a viticultura e vinificação até o transporte, vendas e escrita.
Ao ser, enfim, aprovado no exame MW, o profissional se torna membro do IMW, recebe o título de Master of Wine e passa a usar, após o sobrenome, as iniciais MW.
Em resumo:
O programa Master of Wine é aberto a qualquer profissional ligado ao vinho, enquanto para se tornar Master Sommelier é preciso ser sommelier, com experiência de trabalho na prática
Entre os Masters of Wine mais conhecidos está a britânica Jancis Robinson, uma das críticas de vinhos mais respeitadas do mundo. Robinson conquistou o título em 1984 – primeira pessoa fora do comércio de vinhos a se tornar Master of Wine. Além de escrever diariamente para seu site, JancisRobinson.com, e semanalmente, para o jornal The Financial Times, Jancis Robinson edita The Oxford Companion to Wine. É também consultora para assuntos da adega da Rainha Elizabeth II.
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O paranaense Dirceu Vianna Jr, que vive em Londres desde 1989, é o único brasileiro a integrar o time de Masters of Wine – título que ele conquistou em 2008. Com quase três décadas de experiência na indústria do vinho, hoje Vianna presta consultoria para empresas em diferentes países. É, também, juiz em concursos de vinhos selecionados, além de educador e escritor.
Dos 172 Master Sommeliers em atividade nos Estados Unidos, apenas 28 são mulheres. Em Nova York, trabalham duas – e uma delas é Laura Fiorvanti. Em 2009, aos 29 anos, ela se tornou a mais jovem mulher, na época, a receber a certificação de Master Sommelier. Foi diretora de vinhos e destilados em mais de 20 restaurantes nos Estados Unidos. E hoje aplica todas as suas qualificações como Master Sommelier em seu próprio estúdio de vinhos, o Corkbuzz. O lugar foi escolhido pela revista norte-americana Food & Wine um dos melhores para ter aulas virtuais, em tempos de distanciamento social.
Hoje Master Sommelier, Dustin Wilson se tornou famoso no mundo do vinho após estrelar o documentário SOMM, em 2013. Era, então, um entre os quatro candidatos se preparando para o exame. Depois de conquistar o título, foi Head Sommelier no premiado Eleven Madison Park, em Nova York, e fundou o Verve Wine. Trata-se de um web commerce que faz recomendações de vinhos aos clientes, por meio de um algoritmo. Assim que se cadastra, o usuário responde a um questionário, que define seu perfil como consumidor de vinho.
OBE, MS, MW, WINE MBA.
Em outras palavras, Officer of the Order of the British Empire, Master Sommelier, Master of Wine e MBA (Wine). O francês naturalizado britânico Gerard Basset (1957-2019) foi o sommelier de maior sucesso de sua geração, ou de qualquer geração anterior.
Basset foi uma das únicas três pessoas no mundo a se qualificar como Master Sommelier e Master of Wine, os dois principais títulos na indústria de serviços de vinho – sim, há quem consiga receber os dois títulos. Foi o único profissional a ter vencido as competições mais altamente competitivas entre sommeliers na Europa e nas Américas.
Gerard Basset também era hoteleiro. Fundou a rede de hotéis-boutique Hôtel du Vin, que mudou a atitude do público em relação ao consumo de vinho. Sua visão como sommelier era de pragmatismo e acessibilidade, rejeitando o elitismo do setor. Defendia vinhos produzidos em regiões novas e menos conhecidas. E pregava a sugestão de rótulos que oferecessem excelente relação custo/benefício.
Como resultado de seu trabalho em prol da indústria do vinho, em 2018 Basset recebeu do Governo Francês a Ordem de Mérito Agrícola.
Faleceu em janeiro de 2019, aos 61 anos – dois anos após ter sido diagnosticado com câncer. Uma perda irreparável ao mundo do vinho.
Em sua autobiografia, Tasting Victory, Gerard Bertrand declarou:
Meus esforços para melhorar meus conhecimentos e habilidades sobre vinhos para servir as pessoas, para escolher rótulos que levariam sua refeição a outro nível, para deixá-los confortáveis e dar a eles uma noite – ou um feriado – que eles lembrariam pelo resto de suas vidas, me recompensaram muitas, muitas vezes.
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