Restaurantes em Paris imortalizados pelo cinema
Le Grand Véfour, “Meia-noite em Paris”
Biestrelado pelo Guia Michelin, o restaurante Le Grand Véfour, do chef Guy Martin, foi cenário para um dos almoços do filme Meia-Noite em Paris, de Woody Allen, que explorou deliciosamente vários dos clichês parisienses.
Neste momento, como todos os outros restaurantes aqui indicados, Le Grand Véfour está fechado, em virtude da pandemia. Desde o início da crise provocada pelo coronavírus – e enfrentando a forte concorrência do bairro, como o delicioso Restaurant du Palais Royal, que fica bem ao lado – Le Grand Véfour idealizou uma verdadeira revolução conceitual para atrair os parisienses aos seus cobiçados assentos aveludados.
Isso significa, por exemplo, deixar de lado o cardápio de almoço a 115 euros. Quando acontecer a reabertura dos restaurantes em Paris, será possível almoçar no Grand Véfour por um valor a partir de 45 euros. Com entrada e prato principal ou prato principal e sobremesa. E a partir de 57 euros com entrada, prato-principal e sobremesa, mesmo aos sábados.
Já para o almoço de domingo em família, o Guy Martin criou um menu único a 65 euros, com entrada de salmão defumado, o tradicional frango assado e seu purê, seguido de tarte de maçã e sorvete de caramelo.
Além disso, haverá um cardápio de almoço e jantar, com pratos tradicionais de brasserie.
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Le Grand Colbert, “Alguém tem que ceder”

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Le 2 Moulins, “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”
Ao pé de Montmartre, o Café des 2 Moulins é cenário essencial no filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. É o lugar onde trabalha a heroína da história, interpretada por Audrey Tautou, que continua a atrair grupos bem grandes formados por aficionados do mundo inteiro.
Bem, faço parte desse time de fãs, muito por conta da época em que fui estudar francês por lá, em 2002, e apenas um cinema ainda insistia em exibir o filme, que havia sido lançado no ano anterior. Perdi a conta de quantas tardes foram regadas pelos diálogos desenfreados da trama, ainda que totalmente desestimulada por minha querida professora de francês, Eva. “Até para nós, franceses, eles falam rápido demais”, ela dizia.
Nessa época, claro, fui visitar Le 2 Moulins. Conheci um dos donos, que foi muito gentil, aliás. Mas logo o lugar foi vendido e, parece, em 2018 ganhou novos proprietários. Pelo que vivi naquela ocasião e o que tenho lido até hoje, minha dica dica é: vá se for muito fã do filme e não crie grandes expectativas. Sinta a atmosfera (veja o vídeo abaixo), peça um café e uma crème brulée. E está de bom tamanho.
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Bistrot La Renaissance, “Bastardos Inglórios”
Cenário de um encontro entre Shosanna (Melanie Laurent) e Frederick (Daniel Bruhl) em Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, La Renaissance é um dos bistrôs mais antigos de Paris, fundado em 1904. Fica a uma caminhada de 15 minutos da Basílica do Sacré-Coeur e é um dos lugares na capital francesa onde é possível ver moradores locais apreciando sua bebida, e não somente uma horda de turistas – sempre tendo em mente que você é um deles.
Apesar de ter sido cenário de vários filmes, o lugar preserva a atmosfera simples. É um autêntico bistrô parisiense, com um grande balcão de mármore e madeira trabalhada. Dos azulejos geométricos ao teto dourado e vitrais esmaltados em neón, quase tudo é original. As porções são fartas e tradicionais.
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Le Train Bleu, “Nikita – Criada para matar”
Uau! Como não se render a um cenário como esse da foto acima? Pois Le Train Bleu é tudo isso e mais um pouco. Um restaurante suntuoso, construído dentro de uma estação ferroviária. Fica em plena Gare de Lyon. É centenário. Nasceu em 1901 com outro nome, Le Buffet de la Gare, período em que as viagens de trem viviam seu apogeu – e onde viajantes ricos adoravam ostentar seu status. O nome atual vem de 1963.
E apesar das fotos estonteantes do Le Train Bleu, é incontornável mostrar, aqui, a sequência de ação memorável de Nikita, rodada dentro do restaurante. No filme dirigido por Luc Bresson, Anne Parillaud – que leveu o César em 1991 pela atuação como Nikita – percorre o salão do restaurante, com seus tetos de sonho, a toilette e a cozinha. Na trama, o evento marca a conclusão de seu treinamento como agente secreta.
Assista:
Os salões, interligados, são revestidos com molduras douradas, grandes espelhos, janelas panorâmicas e tetos deslumbrantes com afrescos e retratos de cenas clássicas que parecem gritar diretamente do passado. Para se sentir almoçando em um palácio, peça o menu Le Train Bleu, harmonizado. Com entrada, prato principal, prato de queijos e sobremesa (muito bem executadas).
Se é caro? Oh là là!
Mas a experiência é memorável, ainda que o menu não seja inovador.
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